Sem dúvida, aparentemente o pior já passou. Embora a pandemia de covid 19 tenha sido frequentemente citada como a principal responsável pela escassez de componentes eletrônicos, a verdade é que ela não é a única causa dessa escassez, e já decorrido tanto tempo em que as indústrias que produzem estes componentes retomaram seus níveis de produção pré-pandemia, a verdade é que algumas carências e dificuldades continuam evidentes neste segmento.
Antes mesmo da quase total paralisação de muitos fabricantes de chips e semicondutores forçada pela pandemia, o crescimento acelerado da demanda por componentes em vários segmentos já não era acompanhado a contento pela produção mundial de componentes. A indústria automotiva que já consumia mais de 20% de todos os componentes produzidos teve um grande aumento de demanda em função da crescente popularidade das tecnologias de direção inteligente, sistemas de navegação e sistemas avançados de assistência ao motorista.
Mas não foi só na indústria automotiva que se observou esse grande crescimento de demanda por componentes eletrônicos, outro fator de crescimento vem da internet das coisas (IoT), que cresce numa velocidade frenética gerando um consumo substancial desses componentes. Além disso, a própria velocidade do crescimento do 5G a nível mundial também acelera a busca por novos dispositivos gerando o mesmo efeito na demanda de componentes.
E como se não bastasse todos esses fatores, os conflitos internacionais por sua vez ainda acabaram de complicar ainda mais este cenário.
Outro fator que ajuda a agravar ainda mais esse quadro, é a adoção por parte de muitas empresas da formação de um estoque preventivo, aumentando de uma forma artificial a demanda por componentes que ameacem desaparecer do mercado, e que com isso acabam contribuindo para que de fato desapareçam. A recriação de um produto por conta da falta de um determinado componente ainda que seja a única alternativa em várias situações, acaba sendo algo que demanda tempo e um investimento que podem muitas vezes inviabilizar a continuidade desse produto.
Muitas vezes essa substituição pode invalidar certificados de qualidade que precisam ser requisitados novamente aos respectivos órgãos que de um modo geral, não respondem com a velocidade desejada, e existe ainda a incerteza de se percorrer inutilmente todo esse caminho, uma vez que no meio desse processo o componente que precisou ser substituído pode reaparecer no mercado.
A escassez ainda faz mais alguns estragos, um deles é óbvio: o aumento de preços desses componentes, e pior que isso ainda é a facilidade de se encontrar compradores para componentes de origem duvidosa, componentes falsificados, ou lotes com problemas de produção e até mesmo de armazenamento inadequado.
Portanto aqueles cuidados que já eram importantes de observar ao se projetar um novo circuito, levando em consideração a disponibilidade permanente de componentes no mercado, acabou se tornando algo de extrema importância para se tentar evitar interrupções e até extinção de projetos de sucesso por falta de componentes eletrônicos. Dentre esses cuidados podemos citar como uma prática quase que obrigatória, a verificação de disponibilidade de determinados componentes por uma rede de fabricantes e distribuidores o mais ampla possível, pois de alguma forma isso representará uma diminuição considerável no risco de paralisação de toda uma linha de produção.
Além disso, práticas no próprio layout da placa de circuito impresso que possibilitem ter o maior número possível de opções de componentes similares, porém com dimensões não exatamente iguais, se tornou fundamental, consegue-se isso criando-se no próprio layout furações e posicionamentos que permitam a utilização de mais de um tipo de componente que atenda as características do projeto. Além das furações ou pads que atendam mais de uma possibilidade de uso de componente, o próprio espaço disponível para a montagem de um componente substituto precisa ser previsto.
Ainda que se perca a melhor otimização em termos de tamanho físico de uma placa ou do próprio equipamento, esta pode ser uma prática salvadora quando a substituição de um componente que tenha desaparecido do mercado seja possível. Contar com as valiosas dicas de profissionais com experiência em cadeia de suprimentos desses componentes é também algo muito importante antes de se iniciar o projeto, esses profissionais podem orientar quais as opções correm menos risco de virem desaparecer do mercado por alguma razão. E, sempre que possível, o contato direto com o fabricante ou os mais influentes distribuidores também será vital para se conseguir informações privilegiadas.
Claro que mesmo com todos esses cuidados, há situações impossíveis de se solucionar e muitas vezes a única alternativa é reprojetar o circuito impresso, e isso sempre que ocorrer, provavelmente será já em situações emergenciais. Então caso sua empresa venha a passar por uma situação semelhante a esta, conte com a TEC-CI Circuitos Impressos para lhe auxiliar no que for possível, tanto na elaboração de um novo layout para a sua placa, como para a fabricação dos protótipos e produção no melhor prazo de entrega possível.