A evolução da reciclagem das placas de circuito impresso

A reciclagem de placas de circuito impresso além de representar um enorme benefício para o meio ambiente, também tem um potencial de gerar lucro para as empresas que buscam esse processo de forma inteligente. Neste artigo explicamos todas as etapas de reciclagem de nossas placas.

29 de junho de 2023

Uma das grandes preocupações relacionadas à sustentabilidade é a velocidade com que produtos eletrônicos se tornam obsoletos. Por isso acabam por ter um ciclo de vida de poucos anos, até que sejam descartados no meio ambiente.

Milhões de toneladas de lixo eletrônico foram se acumulando e aumentando essa preocupação, que há poucas décadas representavam uma grande ameaça ao meio ambiente. Isso despertou em várias empresas pelo mundo afora a viabilidade de se desenvolver processos e equipamentos capazes de reduzir drasticamente o volume deste lixo gerado.

Toneladas de placas (Lixo eletrônico)

Mas a inviabilidade de se absorver os custos desses processos tornava esse desafio ainda maior. Isso apontava para um caminho óbvio que era o do reaproveitamento do rico material presente nesses equipamentos eletrônicos, sobretudo materiais metálicos de valor considerável.

A evolução desses processos é uma constante. E aos poucos aqueles processos rudimentares de desmontagens manuais para retirada dos componentes e materiais de maior valor, que reduziam muito pouco o volume desse lixo ambiental, foram sendo substituídos por processos de trituração e moagem das placas e equipamentos. Assim, de forma muito rápida e produtiva, transformavam toneladas desse lixo em pó e em sequência passavam por outros processos de separação, virando valiosas matérias-primas para a reindustrialização.

Sucata de diversos tipos de placas obsoletas

Equipamentos de grande porte trituram em várias etapas grandes volumes de placas: cerca de 200kg até uma tonelada de placas por hora.

O primeiro triturador opera com eixo duplo, o segundo adota o sistema de trituração por martelo e o terceiro triturador opera com turbina de alta velocidade pulverizando o material em pó, que é então classificado por um equipamento de separação de ar e separação eletrostática. Todo esse conjunto, além de gerar uma grande produção, faz tudo isso com baixo consumo energético. Por ter alimentação única, tem também um baixíssimo custo operacional e uma surpreendente taxa de recuperação de materiais. Por exemplo, no que se refere ao cobre presente nas placas de circuito impresso, a recuperação supera os 99%.

O sistema utiliza água circulante que além de reduzir a temperatura, auxilia também na redução de ruídos. O excesso de poeira é controlado pela adoção de pressão negativa.

Ou seja, além da reciclagem gerar tantos benefícios ao meio ambiente, cuidados adicionais foram desenvolvidos para que o próprio processo evitasse ou, ao menos, reduzisse significativamente qualquer dano ambiental.

Esquema de reciclagem de placas de circuito impresso

Totalmente controlado por PLC, o processo que se inicia com o corte e a trituração das placas, passa ainda por um sistema de moagem, triagem vibratória, separação por gravidade, separação eletrostática e a coleta de pó por pulso.

Quase a totalidade do material, algo acima de 99%, é separado em dois grandes grupos: o metal e o não metal. O sistema de separação eletrostática de alta tensão é capaz de separar de forma extremamente rigorosa os metais ferrosos dos não ferrosos.

O que predomina entre os metais não ferrosos é o cobre e o estanho, que por terem um alto valor agregado, não somente paga todo o processo, como também gera lucros muito significativos em toda a cadeia. Isso sem falar na presença do ouro que, embora em volumes muito menores, também faz parte desse “garimpo”, que só traz benefícios ao nosso meio ambiente. O ouro está presente de várias formas nas placas e componentes eletrônicos, como em terminais de conectores, tratamentos de superfície da placa como o ENIG, entre outros. Ele traz rendimentos importantes para as empresas que realizam o processo de reciclagem.

Presença de ouro nos conectores e na placa

Já a parte menos nobre dessa separação, que é o pó de não metais, também tem o seu valor. Nele o que predomina é a presença de resina de fibra de vidro, além de plásticos e outros elementos em menores volumes. Esses também são reaproveitados e retornam para a indústria em forma de matérias-primas novinhas para um novo ciclo de produção.

É claro que essa cadeia de produzir, descartar e reciclar de forma cada vez mais desenfreada, causada pela velocidade do avanço tecnológico, sempre irá gerar algum dano ao meio ambiente. Porém, sem essas reduções significativas proporcionadas por esses processos de reciclagem, hoje estaríamos num cenário bastante complicado.

A TEC-CI participa de todo esse processo sem medir esforços para atingir os melhores resultados em termos de sustentabilidade. Desde a aquisição de matérias-primas que são produzidas gerando o menor impacto ambiental possível, passando pela adoção de processos que levam muito em conta eventuais impactos.

Tomamos todas as medidas preventivas e corretivas necessárias à redução desses impactos e, também, procuramos informar e auxiliar nossos clientes e consumidores sobre as tecnologias existentes e tão importantes nesse processo de preservação ambiental.

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